Existem três grandes programas da teledramaturgia adolescente nacional: «Os Melhores do Ano», «Riscos» e «Morangos Com Açúcar».
É, portanto na telenovela «Os Melhores do Ano», que me vou concentrar, na edição de hoje. Foi a primeira série nacional sobre adolescentes. Escrita e concebida por João Aguiar, «Os Melhores do Ano» teve duas temporadas, cada uma com treze episódios: a primeira foi exibida em 1990 e a segunda em 1992.
Ao que «Os Melhores do Ano» faltava em cor e glamour, ganhava em realismo, sobretudo na primeira temporada. Era uma série que conseguia transpor o real para o espectador. Além de ter sido filmada em duas escolas reais, os protagonistas tinham todo o ar de jovens adolescentes. As roupas eram as que se usavam na altura, tudo parecia muito real.
Em ambas as séries, existia um grupo de quatro amigos: Célia Antunes (Leonor Francisco), uma jovem sensata e cheia de maturidade mas insegura com o seu excesso de peso e, que era conhecida como “Bolinha”; Tadeu Guia (Peter Michael), o inevitável inteletual que adorava dar que falar pela sua forma de expressão; Paulo Guedes (Nuno Magalhães), o típico gozão que gosta de mandar bocas e que tem uma relação conflituosa com a família e o Chico (Bruno Barroso), mas que é sempre leal com os amigos.
A primeira série passou-se na Escola C+S António de Mello (na verdade a Escola Secundária Rainha Dona Amélia em Lisboa), os quatro amigos andavam no 9.º ano e no seu grupo ainda fazim parte Isabel (Sofia Solange), a pinga-amor da turma que se interessava pelos rapazes, Joana (Carla Cristina), rapariga discreta que num dos episódios receia estar grávida, Zeca (Ricardo Costa) o típico betinho e Tony (Filipe Malta), erradamente tido como um rapaz problemático. Existia ainda o André (Filipe Dias), um garoto traquinas do Bairro do Barão que se torna amigo de Chico e que tem uma paixoneta por Célia.
Do corpo docente faziam parte a professora Berta (Laura Soveral), a presidente do Conselho Directivo, Cruz (Victor Norte), o professor de Educação Física, Tiago (Rogério Samora), professor de Matemática, Idalina (Maria José Camecelha), a professora de História a quem os alunos chamam a “Superfofinha”, Josué (José Gomes), o professor substituto de História, Dalila (Lídia Franco), a antipática e venenosa directora de turma do grupo de amigos (9.º C) e sobretudo, Margarida (Alexandra Lencastre) uma jovem professora de Inglês vinda da província que despertou paixões tanto no aluno Miguel como no professor Tiago, apesar deste ser casado.
Na primeira série, falaram-se de temas como o álcool, o tabaco, as desventuras amorosas, as desavenças com os professores e as típicos problemas junevis.
Já na segunda série, as coisas foram um bocadinho diferentes. Se como já referi, a primeira parecia muito preta, agora as cores eram mais fortes e mais intensas. Com a mudança de escola e também da música de genérico que agora era cheia de guitarradas, contrastando com a música de órgão da primeira série. Para esta série, apenas transitaram da série inicial, Leonor Francisco, Peter Michael, Nuno Magalhães, Bruno Barroso, José Gomes e Alexandra Lencastre.
Agora mais velhos um ano e já no 10.º ano e numa nova escola, uma Célia menos “Bolinha”, Tadeu, Paulo e Miguel enfrentam novos dramas e desafios e formam um novo círculo de amigos com Luísa (Sofia Lukeni), uma jovem vinda da província e a única que responde à letra às bocas intelectuais de Tadeu, Raúl (Ricardo Monteiro) um jovem luso-africano que sonha ser actor, Zé Carlos (Ricardo Oliveira), Cláudia (Isabel Praça), Luís (José Miguel Sardão) e Sandra (Sandra Ferreira), uma miúda algo impressionável. Não sendo parte do grupo, mas sempre por perto estava o abrutalhado Tomás (Filipe Garcia).
Entre as personagens adultas contavam-se Catarina (Rosa Lobato Faria), a enfastiada presidente do Conselho Directivo, Carlos (Carlos Daniel), um professor divorciado com quem Margarida passa a namorar, Sofia (Margarida Reis) a professora de Filosofia por quem Miguel tem uma breve paixoneta, Adalberto Guia (José Pedro Gomes), pai de Tadeu e conceituado arqueólogo.
Entre várias peripécias, a grande história da segunda temporada é quando Tadeu apaixona-se e perde a virgindade com Cristina (Cristina Homem de Mello), uma rapariga mais velha, mas no final fica com Luísa.
Para terminar, deixo alguns vídeos onde podem ver o formato.
Eu volto já quinta-feira, com uma entrevista a não perder. A minha convidada é a apresentadora Vera Fernandes. Acompanhe o meu trabalho, aqui no Portal dos Programas. Obrigado 🙂